LiteraLivre Vl. 6 - nº 32 – mar./abr. de 2022
Regilene Martins Fortaleza/CE
Encaixe O dia de sábado foi de um sol escaldante, mas à noite seria bastante gélida. Ainda assim, Rubênia decidiu-se trajar em desacordo ao evento nessa noite. Como era um encontro de oração na casa de um jovem no bairro de sua comunidade, não via problemas em usar um macacão de sarja preto feminino pantacourt de cintura marcada. Afinal, o acessório principal ela tinha para o momento: o terço. Chegando lá, os participantes do grupo de oração Pequena Via na sede em Gereraba falavam que ela estava muito elegante, que não precisava estar toda produzida para um simples evento. Um pouco incomodada com o falatório, apenas cumprimentou-os num simples acenar de cabeça. Mal sabiam que a garota pouco estava desapontada em não ter usado a velha camisa do grupo e jeans. Em se tratando de desacordo, Rubênia só estava assim por não ter usado algo a mais para suprir o frio, e não era aquele tipo de peça jovial. Como estavam esperando duas pessoas para dar início à oração, os jovens dividiram-se na sala e foram arrumando o espaço. Os retardatários não chegavam, e os participantes começaram a falar de forma aleatória naquela saleta. Dois estavam conversando sobre futebol, três dialogavam temática de tatuagens do momento. Quatro comentavam de seus namorados. Tinha até gente que falava de produção de mel de abelhas sem ferrão. Nesse momento, chega um dos atrasados e começa a falar de carros com os garotos que diziam o que achavam das disputas de rachas/pegas. Ela era a única que não tinha o que conversar e nem com quem dialogar. Simplesmente ficou sentada no sofá da sala, em frente à televisão que disputava barulho.
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