LiteraLivre Vl. 6 - nº 32 – mar./abr. de 2022
Roque Aloisio Weschenfelder Santa Rosa/RS
Na Rede O dedo apontado aos outros pesa na mão que o sustenta, mas é o indício de que há uma posição assumida. Assumir a defesa de um lado quando há outro – e sempre há – requer certa coragem de uma pessoa, que nem sempre está acostumada de ter de acusar, condenar e ter certeza de que está correta.
consegue pode destruir até uma boa amizade instalada.
Há o futebol, há a política, há a religião, há a filosofia, há o “puta que pariu” para servirem de exemplo à bifurcação de opiniões. Tem quem defende respeito à decisão de ser homo ou heterossexual, mas tem aqueles que simplesmente nem querem ouvir falar disso.
No advento das redes sociais, parece haver um agravamento dos sintomas de enervamento das relações pessoais. Se Neimar se torna cai-cai e chacota é porque o time acaba não vencedor, se os messis e cristianos não conseguem sucesso nas suas seleções é porque há outros que desafiam a fama e jogam em conjunto e com a devida humildade. As redes têm assunto e cada integrante ou curte ou detona a opinião expressa. De repente, o que, nunca, ninguém sabia, todos, agora, dominam como verdadeiros experts. Há graça nas postagens, porém muita ironia é mal percebida, pouco entendida e quase sempre tida como afronta.
O ser humano sempre vive em conflito, seja consigo mesmo ou com seu semelhante. Difícil é resolver o íntimo, mais complicado é aceitar a opinião alheia. Nos anseios mais anímicos sempre pode haver uma força para vencer, ou então a depressão chega e toma conta da pobre mente que sucumbe ao próprio pensar. No confronto com a opinião alheia, o furo é na mesma altura, todavia uma eterna rusga pode se instalar para sempre, ódio
Enquanto isso, aparecem os escritores. Sim os escritores do século XXI que pouco leram em livros, que são fruto de uma midiática parafernália de entes criados para o domínio de índices de audiência, para a imersão das mentes em uma miscelânea totalmente turva, pela qual a mente pensante é reprimida ao mínimo esforço. Pobres escritores seguidores de pistas espúrias direcionadas!
Nem sempre a posição que se assume é a correta para uma parte da cidadania que se coloca no oposto. Por que isso acontece?
214