LiteraLivre Vl. 6 - nº 32 – mar./abr. de 2022
Aline Bischoff Osasco/SP
Fantasma Alado I
Despejaste teu pernicioso fel,
Gélido arrepio a percorrer,
No cálice da minha plenitude,
Inocuamente teu frêmito ser,
Cobrindo-me com tétrico véu.
São meus lábios perjuros Perpassando os teus, puros.
À eternidade, prematuramente malogrado,
Em teus dormentes anseios murmuras...
Quando unido a ti em vida quisera eu
Entorpecida em devaneios sussurras
estar.
Sofregamente, o longínquo nome meu,
Sem teu amor, perpetuamente
Sem conceber que cá estou ao lado teu.
amaldiçoado, Um miserável condenado a esmo
Lá fora, a fantasmagórica Lua
vagar...
Observa com resvalado desdém. É que tua formosa espádua nua,
Desde então, lamento pelos ares,
Mais candura que a dela detém.
Sigo em vão ao oco firmamento, A sonhar com o fausto momento,
Oh, morte! Oh, destino inefável!
De aportar ignoto em teus mares.
Que de minha amada me roubaste, De modo imprevisível e inevitável,
Enquanto ditosa hora não se faz,
Quando minha sucinta vida ceifaste.
Sou teu errante fantasma alado, Teu infante amado obcecado,
II
Que só ao teu lado alcança paz!
Ainda no seio da juventude,
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