LiteraLivre Vl. 6 - nº 32 – mar./abr. de 2022
Ana Maria Fázio de Freitas Assis/SP
Amanheceu Abre a aurora a cortina aveludada que a noite encerra, escondendo a imensidão. E vão surgindo atrás da névoa esbranquiçada, vultos disformes, velhos prédios e construções. O replicar dos relógios ouve-se ao longe, despertando lentamente os cidadãos. E no mosteiro, de joelhos, reza o monge, pedindo a Deus paz ao mundo, amor e proteção. Pequenas luzes se acendem é madrugada e vão rompendo o silêncio, a escuridão. Passos apressados se escutam nas calçadas e o buzinar de automóveis, o uivar do velho cão. No terminal é um entra e sai de passageiros, aguardando os transportes, as conduções. Vivem em pânico com o destino traiçoeiro e a incerteza a dominar os seus corações. E, assim, a vida segue o seu curso, apressada, seres correndo sem encontrar a direção. Olhares atônitos, perdidos nas encruzilhadas, humanos solitários em meio à multidão.
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