LiteraLivre Vl. 6 - nº 32 – mar./abr. de 2022
Cristiane Cardoso São Paulo/SP
Fim da Linha Paranapiacaba. Das boas fotos tiradas pela filha Uma foi escolhida a dedo Suada perspectiva, ampliada, transferida E a tela me aguarda Na dura beleza da decrepitude Um trem todinho enferrujado Atrás grande verde em diagonal Sobre o trilho no sentido contrário Pessoinha longínqua Indo ao ponto de fuga Sob muita, muita névoa... É o nosso fim, só o pó e as incertezas de qual continuidade?
Há plantinhas brotando no trem Quero as cores do fim As cores das dores mais funestas Como as da foto e título também surgido do nada Mas meus verdes estão muito verdinhos... Nossas várzeas têm mais flores Quero as cores do fim... Dificuldades com os tons da paleta Passei por cima um branco pálido E agora impassível e silenciosa A tela me aguarda.
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