LiteraLivre Vl. 6 - nº 32 – mar./abr. de 2022
Edweine Loureiro Saitama, Japão
O futuro chegou! No outro dia, em
nenhuma interação humana, parece
Kameido, bairro de Tóquio, parei em
um
uma loja de conveniência para comprar
espécie
uma garrafa de água. Distraído como só
Exterminador do Futuro”. Sei que
um escritor pode ser, fui até o freezer,
muitos podem contra-argumentar: é
peguei a garrafa e dirigi-me ao caixa.
melhor isso do que receber na cara as
Mas
grosserias
qual
quando,
não
foi
chegando
pagamento,
não
vi
minha ao
surpresa local
ninguém!
prenúncio ―
do
fim
algo
do
próprias
de
nossa
tipo
de
“O
muitos
do
atendentes de lojas. De fato, não vou
Nesse
discordar: tem essa vantagem. Mas
instante, olhando ao redor, gritei um
mesmo
“sumimasen” (algo como “desculpe, mas
preocupante;
ninguém vai me atender?!”). A resposta,
amarga, pelo menos, ainda tem um
porém, não veio. E foi aí me dei conta:
quê de calor humano.
diante de mim, no caixa, havia uma
Estou
máquina na qual o cliente poderia fazer
podem
o pagamento por sua conta e levar o
humanidade? Claro que podem. E
produto. Ainda desconfiado, olhei mais
podem, inclusive, salvar nossas vidas.
uma vez para os quatro cantos da loja:
É o caso das cirurgias que hoje são
até
o
uma realidade graças à ajuda da
processo, efetuei o pagamento e saí
tecnologia robótica (li isso em algum
correndo daquele lugar frio e medonho.
lugar... teria sido num livro de Isaac
Sim, acreditem: a experiência pode ser
Asimov?). De todos os modos, os
assustadora. Entrar em um local e ter de
robôs estão aí e já começam a dividir
lidar apenas com uma máquina, sem
conosco várias tarefas. E o Japão,
que
finalmente
entendendo
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esse
aspecto pois
exagerando? também
ser
uma
As
torna-se palavra
máquinas amigas
da