LiteraLivre Vl. 5 - nº 28 – jul./Ago. de 2021
Amanda Coelho e Glauber Araújo Petrolina/PE - Jacobina/BA
De Sartre À Audrey Hepburn, Uma Reflexão Acerca Da Liberdade Fazia muito tempo que um filme não me tocava tanto.
éticos da vida para a religião. É colocada
de
forma
nítida
a
Claro, de vez em quando eu choro
quantidade de sacrifícios que as irmãs
com um ou outro filme, mas com Uma
têm de fazer para se encaixarem
cruz à beira do abismo foi diferente.
dentro do que é proposto pelo rígido
Esse filme me tocou, principalmente
ensinamento. A escolha de Hepburn a
porque fala sobre um dos aspectos
meu ver foi certeira, uma atriz já
sobre os quais mais tenho pensado nos
bastante conhecida do público
últimos anos: liberdade e angústia.
desconstruindo para viver uma outra
Uma cruz à beira do abismo
vida em tela, não seria justamente o
Uma cruz à Beira do abismo é um
se
caminho que os que optam pelo
filme de drama de 1959 dirigido por
clérigo
Franz Zinnemann e estrelado por Audrey
vocação, mas nenhum deles nega que
Hepburn.
tiveram que fazer sacrifícios para
Em
uma
das
atuações
mais
seguem?
estarem
onde
Muitos
estão,
falam
abrem
de
mão
elogiadas de sua carreira Hepburn se
praticamente tudo... de suas famílias,
coloca como uma atriz disposta a fazer
das suas lembranças, do seu passado
concessões
pela
personagem,
e muito mais. Tudo para viver a vida
desprega-se
totalmente
da
imagem
ao lado de Jesus ou como o próprio
construída de elegância e romantismo
filme traduz: para se casarem com
entregando
Jesus.
sua
sua
imagem
a
uma
representação do rígido sistema católico para formação de freiras. Zinnemann
consegue
Em Uma cruz à beira do abismo temos
no
seu
drama explorar os diversos conceitos
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uma
mulher
sofrendo,
evoluindo,
convicções,
voltando
escolhendo, revendo a
algumas