LiteraLivre Vl. 5 - nº 28 – jul./Ago. de 2021
Terêncio Batista Guimarães Barros Montemor-o-Velho, Portugal
Os Adelfos; ou A Fabulosa Estória de Ca[rlos E]du[ardo Ambrósio], o Bem-Amado MICIÃO (entrando no palco) – Storax!
de Hipólito, o professor José Maria
(Vendo que o criado não responde,
Mendonça Cardoso – que era o autor
inicia-se um monólogo.) Chamai-me de
dum romance para crianças intitulado
Micião. Hipólito, meu irmão, chegou à
O Cavaleiro Portador da Primavera,
casa do nosso pai Agamêmnon com uma
que
intensa vontade de se dirigir ao quarto
Tristão
onde costumava ficar sempre que fazia
demasiado poética e lírica através do
uma
e
ponto de vista infantil. Era o tipo de
permanecer no aposento sozinho: ele
literatura [que, infelizmente, acha-se
estava com
cada vez mais frequente em nossa
grande
ardentes
visita o
ao
coração
sentimentos
não-compráveis,
nosso
pai
recheado de superlativos
tão
e
a
célebre
Isolda
abismável
lenda
duma
(e
de
maneira
abominável
tais
igualmente) realidade tão consumida
–
pelas incertezas da Inteligência e
conquistavam-se. Estou a falar acerca
pelos tormentos do Dinheiro] que eu
dos
aprecio
sentimentos
porquanto
e
narrava
não
sentimentos
se
compravam
que
um
jovem
denominar
de
um
jeito
indivíduo possui quando se encontra
ousado como “pornografia infantil”, e
enamorado por alguém, todavia, para o
o facto de Hipólito ter possuído um
contexto de Hipólito, tais sentimentos
forte contacto com tal gênero literário
eram de facto surreais pela razão de ele
é que o amparou abundantemente a
ser apenas uma criança de 7 (sete) anos
ser
e de sentir uma colossal paixão pela sua
sexualmente degenerada – e da pior
professora
maneira que tu possas imaginar! –
de
yoga,
Maria
José
de
Alcântara Costa e Silva, quem, ainda por cima, era casada com o melhor amigo
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dono
duma
personalidade
aos seus 7 (sete) anos de idade.