LiteraLivre Vl. 5 - nº 28 – jul./Ago. de 2021
Anderson Tadeu Belo Horizonte/MG
Invioláveis linhas frágeis Como aconteceu não tem a relevância se um ferimento a ofendeu Se este isolamento a afastou de mim Aquele impedimento pereceu perto do fim Ficou a proteção das máscaras O carinho proibido de quem se afasta Quiseram curar a solidão com o gel desinfetante para lavar as mãos que já não se agradam nesses espaços muito distantes Havia assepsia, indeterminada vida, o arfar de alguma poesia Os nossos minutos se desencontrariam Os nossos relógios presos nos nossos lábios nos acordariam Estava tudo tão normal O cotidiano previsível Os bons escondidos pela ação dos maus Desceram com os objetos do sótão Abriram as janelas, desapareceu a poeira do futuro com novos anticorpos que nos protejam com a imunidade das poderosas defesas A assistência das faxineiras, dos médicos e das enfermeiras domarão a indisciplinada curva onde a esperança é uma luz que já está acesa
22