Evelyn Roberta Gasparetto, brasileira, advogada, 44 anos, residente em São Paulo/SP. https://www.facebook.com/gasparettoevelyn evelyn.gasparett@uol.com.br
O MEIO DA NOITE O meio da noite é estranho, para não dizer, esquisito. Ele causa para cada um de nós uma sensação diferente e particular, e o mais interessante, é que é um particular para cada dia; é como se fosse um ato personalíssimo de uma única vez, como se a cada noite você fosse uma pessoa diferente, que optasse, sem seguir um padrão, por um tipo de comportamento. Em simples análise, temos que o meio da noite pode ser um sacrifício, uma pena, um nada, ou ainda, um alívio, dependendo daquilo que estiver passando pela cabeça sem consciência. Em qualquer uma das situações, o que acontece é que seus olhos pouco se abrem, você se situa no local, levanta levemente da cama, coloca com pouquíssima destreza o chinelo e sai cambaleando pelo quarto, passando pela borda da cama, trombando com quase todos os móveis, até se deparar com a porta do banheiro. Durante esse curto espaço de tempo, percorrendo esse breve trajeto, a cabeça gira até entender se o sonho era bom ou não, se foi uma pena ter acordado, ou se realmente foi um presente essa pausa na movimentação do inconsciente. 104