Meu Itinerário Espiritual, vol 2 - Plinio Corrêa de Oliveira

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em que todas as coisas boas se enfeixam e se chamam Contra-Revolução, se chamam ordem; e qual é aquele summum em que as coisas más se enfeixam, para formar aqueles dois exércitos de criaturas. Depois disto classificado, vem a arte da guerra. Não pensem que estou falando aqui de arte militar. O que estou dizendo está no fio lógico do que eu vinha falando até agora: todas as coisas podem ser vistas de um modo figurativo à maneira de dois exércitos. Por exemplo, numa mesma sala, pode bem haver objetos que se combatam. Em que sentido da palavra? É que um objeto pode produzir um efeito bom e outro produzir um efeito revolucionário. São objetos inanimados, mas eles se combatem. Tomem, por exemplo, uma argolazinha bonitinha para encaixar o guardanapo. Se eu puser em seu lugar uma argola roliça, lisa e pesadona, que pareça mais com uma algema de sentenciado, de fato a segunda argola me embrutece, enquanto a primeira argolazinha aumenta em mim o gosto do que é delicado. Conclusão: deve haver uma arte, um jeito pelo qual é próprio à Revolução combater, e um jeito pelo qual é próprio à Contra-Revolução combater nesse campo. É o que hoje se chama de Revolução Cultural325. O “unum” da alma de quem foi chamado a simbolizar a Contra-Revolução Há um conjunto de virtudes que mais especificamente contribuem para formar o unum da alma de uma pessoa. Vendo essas virtudes, conhecendo-as, conhece-se melhor o panorama moral, e conhece-se melhor a virtude e a santidade, do que conhecendo muito extensivamente todo o resto. Essa corola de bem está para o bem em geral, como um resíduo de verdades cuja veracidade contém de algum modo todos os verums. Se isto é verdade, sou levado a concluir que Nossa Senhora teve essas virtudes quintessenciais, esse unum quintessencial, mais do que qualquer outra criatura humana, com exceção, evidentemente, de seu Divino Filho. O que explica aquelas palavras de São Gabriel: “Vós sois cheia de graça”. Quer dizer, a graça encheu-a. Deu-lhe, portanto, em abundância, esse unum tão precioso, tão magnífico.

325 Chá PS 1/7/94 4ª PARTE – A MENTALIDADE DO PALADINO DA CONTRA-REVOLUÇÃO 137


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“As vozes não mentiram”

12min
pages 238-254

A graça de Genazzano

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pages 234-237

O temor martirizante de não estar correspondendo ao chamado de Nossa Senhora

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pages 228-230

A paternidade espiritual do fundador

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pages 222-227

O receio de ter seguido uma via não desejada por Nossa Senhora

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pages 231-233

Consagração a Nossa Senhora nas mãos do fundador Adendo do compilador

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pages 220-221

Os discípulos devem discernir o “unum” do espírito do fundador

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pages 215-219

O fundador deve ser um símbolo vivo de sua obra

3min
pages 213-214

Pela originalidade de seu carisma, o fundador tem que ser seu próprio formador

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pages 210-212

O modo de fazer a ação de graças após a recepção da Sagrada Comunhão

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pages 206-209

A desconfiança e a severidade em relação a si mesmo

5min
pages 186-188

O espírito de sacrifício até o holocausto e o desejo de reparação

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pages 189-192

a combatividade contra-revolucionárias

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pages 177-185

O modo de rezar e pedir

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page 201

A atitude diante de Deus e de Nossa Senhora

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pages 202-205

O amigo da Cruz que se prepara para carregá-la prevendo a dor

9min
pages 193-197

O senso da honra católica

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pages 174-176

A reversibilidade do “tal enquanto tal”

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A procura do sublime e do sacral

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pages 164-170

O espírito aristocrático

3min
pages 147-148

A “luz primordial” resumitiva

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A combatividade cavalheiresca

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Os componentes essenciais desse “unum”

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A castidade

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page 146

A robustez da Fé

9min
pages 141-145

A pedra angular do amor à grandeza

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pages 157-159

A identificação com a Contra-Revolução

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O “unum” da alma de quem foi chamado a simbolizar a Contra-Revolução

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Papel do filão “eliático” na história

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O reconhecimento do caráter profético dessa missão

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pages 127-131

“Pater et dux” dos contra-revolucionários

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Entusiasmo pelo Profeta Elias e o zelo pela causa de Deus

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Devoção a Nossa Senhora do Carmo

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O receio de ter que assumir a liderança da Contra-Revolução

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Uma vocação contra-revolucionária

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O lírio nascido do lodo, durante a noite e sob a tempestade

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O anseio por um líder contra-revolucionário

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Novamente escrúpulos e a provação axiológica

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pages 101-103

A pior provação: ser perseguido por aqueles mesmos que se quis servir

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pages 98-100

O “grupinho do Plinio”: Jó em cima do monturo

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A degringolada como vingança pelo livro “Em Defesa da Ação Católica”

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da Ação Católica de São Paulo

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pages 92-93

O encontro do equilíbrio

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Um lenitivo: a leitura do “Livro da Confiança”

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pages 84-88

Um novo e elevado patamar após a leitura do “Tratado da Verdadeira Devoção” e a consagração a Nossa Senhora como escravo de amor

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Firma-se o ideal de dedicação integral pela opção do celibato – Choque com um veio de mediocridade no seio das Congregações Marianas

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pages 74-77

O combate ao orgulho

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pages 66-68

Os frutos da leitura do livro “A alma de todo apostolado”

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pages 63-65

Um quiproquó a partir da leitura da “História de uma alma”

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page 83

A leitura da “História de uma alma” e a aspiração à santidade

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pages 61-62

A provação de crer-se obrigado a abandonar, por obediência ao Papa, as convicções monárquicas e ter que aliar-se à República

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pages 55-58

Algumas consolações que sustentaram Dr. Plinio nesta travessia

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com a superficialidade e a brincadeira

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A ruptura definitiva com o mundo revolucionário

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pages 38-42

Algumas renúncias fundamentais

1min
page 46

A terrível cruz da incompreensão e do isolamento total

12min
pages 20-26

A ascese para afirmar sua varonilidade sem transformar-se num “Esaú”

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Desenvolvimento da vida de piedade

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pages 44-45
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