Meu Itinerário Espiritual, vol 2 - Plinio Corrêa de Oliveira

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Mais ainda: na minha oração, eu nem tanto medito sobre um ponto determinado, nem tanto presto atenção nas palavras que estou dizendo, mas ponho-me em presença d’Ela e aí fico, como se Ela estivesse na sala. Acontece-me às vezes de ter que retomar uma dezena do terço, porque chego ao fim da dezena não sabendo que mistério estou rezando. Não tenho vergonha de contar isto, porque a nota tônica não está no mistério, a nota tônica está no Ela estar presente e no eu estar presente diante d’Ela. Naturalmente peço que, pelos méritos do mistério que estou rezando, Ela receba minha oração, mas não peço isto em cada mistério. É uma intenção genérica, porque a intimidade não comporta essas cerimônias. No fim de cada dezena repetir a intenção, não. É uma coisa contínua, como alguém que corre, não é compartimentado, vai andando. Terminada a oração, está terminado aquele convívio e está terminada aquela parte do dia. E aí deixo de conviver com Ela, para passar a conviver com Ela na causa d’Ela. É Ela, mas de outra maneira. Mamãe rezava muito mais do que eu, não tem nem comparação, era outra vida. Mas, mesmo quando ela não estava rezando, percebia-se que ela estava nessa presença. Quando me ponho diante de Nossa Senhora para rezar, não fico chorando meus pecados. Considero, como já disse, o pequeno do meu ser, a carência do meu ser, o fato de não ser senão o que sou, tomo inclusive as qualidades. Entra aí uma apreciação moral também, mas não é só moral, é quase ontológica. Daí o gosto de ser protegido, de ser amparado, de ser atendido, de me sentir pequeno aos pés d’Ela e protegido só por Ela. O que produz uma espécie de bem-estar de alma muito específico, que é perder-se dentro d’Ela completamente. É o correspondente à posição d’Ela. Não conseguiria tomar essa posição de perder-me n’Ela, se Ela não tomasse a posição de Ela perder-se dentro de mim491. O modo de fazer a ação de graças após a recepção da Sagrada Comunhão Como minha memória é má, nas minhas comunhões sigo sempre um esquema, pelo receio de deixar escapar algum dos atos de culto. Esse esquema é sempre o seguinte. Recebendo a Sagrada Comunhão, a primeira oração que faço é pedindo a Deus que me dê, antes de tudo e de mais nada, uma devoção crescente 491 Chá 19/9/80 4ª PARTE – A MENTALIDADE DO PALADINO DA CONTRA-REVOLUÇÃO 205


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“As vozes não mentiram”

12min
pages 238-254

A graça de Genazzano

7min
pages 234-237

O temor martirizante de não estar correspondendo ao chamado de Nossa Senhora

5min
pages 228-230

A paternidade espiritual do fundador

8min
pages 222-227

O receio de ter seguido uma via não desejada por Nossa Senhora

6min
pages 231-233

Consagração a Nossa Senhora nas mãos do fundador Adendo do compilador

3min
pages 220-221

Os discípulos devem discernir o “unum” do espírito do fundador

8min
pages 215-219

O fundador deve ser um símbolo vivo de sua obra

3min
pages 213-214

Pela originalidade de seu carisma, o fundador tem que ser seu próprio formador

5min
pages 210-212

O modo de fazer a ação de graças após a recepção da Sagrada Comunhão

6min
pages 206-209

A desconfiança e a severidade em relação a si mesmo

5min
pages 186-188

O espírito de sacrifício até o holocausto e o desejo de reparação

7min
pages 189-192

a combatividade contra-revolucionárias

16min
pages 177-185

O modo de rezar e pedir

1min
page 201

A atitude diante de Deus e de Nossa Senhora

8min
pages 202-205

O amigo da Cruz que se prepara para carregá-la prevendo a dor

9min
pages 193-197

O senso da honra católica

5min
pages 174-176

A reversibilidade do “tal enquanto tal”

5min
pages 171-173

A procura do sublime e do sacral

13min
pages 164-170

O espírito aristocrático

3min
pages 147-148

A “luz primordial” resumitiva

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pages 160-161

A combatividade cavalheiresca

6min
pages 149-152

Os componentes essenciais desse “unum”

3min
pages 139-140

A castidade

1min
page 146

A robustez da Fé

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pages 141-145

A pedra angular do amor à grandeza

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pages 157-159

A identificação com a Contra-Revolução

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pages 134-137

O “unum” da alma de quem foi chamado a simbolizar a Contra-Revolução

1min
page 138

Papel do filão “eliático” na história

3min
pages 125-126

O reconhecimento do caráter profético dessa missão

8min
pages 127-131

“Pater et dux” dos contra-revolucionários

3min
pages 123-124

Entusiasmo pelo Profeta Elias e o zelo pela causa de Deus

10min
pages 118-122

Devoção a Nossa Senhora do Carmo

1min
page 117

O receio de ter que assumir a liderança da Contra-Revolução

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Uma vocação contra-revolucionária

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O lírio nascido do lodo, durante a noite e sob a tempestade

7min
pages 104-107

O anseio por um líder contra-revolucionário

3min
pages 109-110

Novamente escrúpulos e a provação axiológica

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A pior provação: ser perseguido por aqueles mesmos que se quis servir

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pages 98-100

O “grupinho do Plinio”: Jó em cima do monturo

2min
page 97

A degringolada como vingança pelo livro “Em Defesa da Ação Católica”

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pages 94-96

da Ação Católica de São Paulo

3min
pages 92-93

O encontro do equilíbrio

1min
page 89

Um lenitivo: a leitura do “Livro da Confiança”

9min
pages 84-88

Um novo e elevado patamar após a leitura do “Tratado da Verdadeira Devoção” e a consagração a Nossa Senhora como escravo de amor

8min
pages 69-73

Firma-se o ideal de dedicação integral pela opção do celibato – Choque com um veio de mediocridade no seio das Congregações Marianas

6min
pages 74-77

O combate ao orgulho

5min
pages 66-68

Os frutos da leitura do livro “A alma de todo apostolado”

5min
pages 63-65

Um quiproquó a partir da leitura da “História de uma alma”

2min
page 83

A leitura da “História de uma alma” e a aspiração à santidade

3min
pages 61-62

A provação de crer-se obrigado a abandonar, por obediência ao Papa, as convicções monárquicas e ter que aliar-se à República

8min
pages 55-58

Algumas consolações que sustentaram Dr. Plinio nesta travessia

1min
page 28

com a superficialidade e a brincadeira

6min
pages 17-19

A ruptura definitiva com o mundo revolucionário

9min
pages 38-42

Algumas renúncias fundamentais

1min
page 46

A terrível cruz da incompreensão e do isolamento total

12min
pages 20-26

A ascese para afirmar sua varonilidade sem transformar-se num “Esaú”

2min
page 27

Desenvolvimento da vida de piedade

4min
pages 44-45
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