* Eu não seria o fundador da TFP, nem teria fundado nada, se no meu modo de ser os senhores não percebessem que entra minha alma inteira. Não existem recantos de minha alma que não entrem nisso. E não há aspecto de minha personalidade que não seja aproveitado para isto. Quer dizer, o que posso dar, os senhores sentem que está dado por inteiro. E que esse “por inteiro” é uma conjugação de aspectos de minha personalidade em torno de um ponto chave. Minha personalidade encontrou esse ponto chave para a qual foi feita, entregou-se a esse ponto chave, e convocou as suas qualidades, maiores ou menores, para dar em tudo louvor àquele ponto chave e na luta por esse ponto chave. Se os senhores não notassem isto muito claramente, não sei até que ponto a coesão entre nós ficaria abalada. Poderiam guardar de mim uma boa recordação simpática. Mas a solidariedade pela qual um varão diz: “Acertarei os meus passos com os daquele varão, o meu caminho será o dele”, não saía. Esse dar-se, que é próprio de uma vida religiosa in fieri como é a nossa, não sairia. Se os senhores percebessem que qualquer capacidade minha fica dependendo de horas de abatimento ou horas de entusiasmo, ficariam desapontados a legítimo título515. Os discípulos devem discernir o “unum” do espírito do fundador O discípulo tem certo discernimento dos espíritos, um discernimento receptivo em relação ao espírito do fundador. De maneira que, afinar-se bem com a vocação dele, ele terá uma facilidade de conhecer seu fundador como não terá para conhecer ninguém na terra. Por uma espécie de experiência visual psicológica direta, ele tem esse conhecimento e nada substitui esse conhecimento, nem sequer se equipara com ele. Esse conhecimento é uma forma de reação e de acolhida que, vamos dizer, tem seus vaivéns, com as refrações próprias de cada um. Isto forma o elemento perfeito para uma união de espírito. 515 MNF 5/11/86 214
MEU ITINERÁRIO ESPIRITUAL