LiteraLivre Vl. 5 - nº 27– mai/jun. de 2021
Adriana Manduco Brasília/DF
Eu, Mulheres ...Mariana Crioula Novembro, 1838 - Rio de Janeiro - Brasil A economia cafeeira desponta na região fluminense, Vale do Rio Paraíba. A mão de obra escrava corresponde a maioria da população da região. Grandes fazendas crescem e se multiplicam às custas do trabalho forçado de negros e negras, comprados no mercado de escravos, trazidos em navios negreiros sob condições totalmente desumanas. O crescimento financeiro deslumbra os grandes produtores de café que exigem cada vez mais de seus serviçais. Constantes e impiedosos castigos eram imputados aos serviçais, muitas vezes sem motivo algum. Grandes troncos, estrategicamente colocados no pátio das fazendas, serviam como mastro onde escravos eram amarrados e açoitados com um instrumento feito com tiras de couro, até quase a morte. O número de chicotadas eram definidas de acordo com o “delito” do homem ou mulher castigado. Quando uma das mucamas cozinheiras errava o tempero da comida de seus senhores era castigada com bolo, uma espécie de palmatória de madeira, simplesmente com o objetivo de aleijar as mãos das escravas. Caso um escravo se rebelasse ou negligenciasse uma de suas tarefas no plantio do café, era colocado em seu pescoço um colar de metal com pontas salientes, que dificultavam o seu descanso durante a noite. Para o escravo fujão, ou que tentava roubar comida, era imposto o castigo da máscara de ferro que o impedia de se alimentar. Com isso, muitos morriam subnutridos. Em alguns casos, mesmo após os castigos, escravos eram colocados no viramundo: espécie de algemas de ferro que prendiam suas mãos e pés.
Dia 05 de Novembro - Vila de Vassouras – Brasil
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