LiteraLivre Vl. 5 - nº 27– mai/jun. de 2021
Laura Caldas São Paulo/SP
Quietude tem força Escuridão, quando encontra palavra, clareia Assombra, assola, desola, desmorona menos Afastar-se de si é um caminho com volta Retornar é longo, curvo, íngreme, côncavo, desassossegado Devoção é desejar ficar Ler atentamente os sinais, de trânsito, de correnteza, de bolas de cristais Enxergar grande pelo faro a direção, regressar a casa na respiração Confortável – onde não se lê a palavra afável – estar Ter voz, saber falar, só se aprende com escutar Desejar anda de mãos dadas com expressar Caminhar não significa apenas tropeçar Medo pode soltar, livre para ir e voltar – não está explícito o ato de ficar Tempestades, ventanias e enchentes perdem as vontades As águas do chorar previnem os acidentes do represar Abraçar raivas em alto-mar protegem o relampejar Resguardar da destruição a melhor embarcação Convidar cada fraqueza para papear Deixam de ser doloridas uma vez que desejam apenas serem ouvidas Milagres sabem escutar quando usamos voz alta para recitar Sair por aí vestida apenas de si deve ser o traje mais leve de se despir
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