LiteraLivre Vl. 5 - nº 27– mai/jun. de 2021
Michel F.M. Salto/SP
Acrobacias Exímias à Beira do Abismo Chame-me do que quiser, mas chame, Chame-me como queira, me chame. Não se pode equivaler teu charme, Quantificar tua ardência em chamas, me aglutine.
Há todo um sistema osteomuscular e neural, Que admiro. Se existe coisa mais bela no mundo, Que um sorriso bobo, Inda não encontrei.
Apodere-se de mim; nunca pertenci-me, Entretanto, pertencer-te-ei, Se a posse lhe parecer agradável.
Caso não queira-me como teu, Deixe-me ficar com tua pena, Já que não voo, nem me vou,
Prazerosa emoção incompleta, Se comigo não estiveres e não estando, Imaginar-te-ei apenas, arte meramente.
Poderei ao menos permanecer,
Potência do aprisionamento, em cadência, Pois liberdade nada reflete, Se não for um contínuo e felizardo prisioneiro teu. Escravidão é lá fora, ao ar veloz e liberto, Sem os aromas que divides e multiplicas comigo.
Respirando Alto, Floreando Amores. Principessa minha. Ela ainda não sabia, Mas era dona da matéria-prima, Com que os encantamentos eram feitos.
Minhas inabilidades e fraquezas, Tão corpulentas e orgulhosas, Que as atiro aos teus hálux,
Permita-me, Converter-te no próprio amor E o amor próprio, Que se ame.
Pois, entre crânio e calcâneo,
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