LiteraLivre Vl. 5 - nº 27– mai/jun. de 2021
Amélia Luz Santo Antônio de Pádua/RJ
Alvíssaras Falar sobre o tempo, um tema atual e abrangente escolhido em hora oportuna porque “comemoramos” de forma atípica os 100 anos dos “ANOS LOUCOS – 1920, quando povos e nações renasciam depois da Primeira Guerra Mundial. Experimentávamos maior liberdade na cultura, nos costumes, nas artes em geral. O cinema, as comédias, Chaplin surpreendendo, Salvador dali criativo em tintas e pinceladas avançadas. A Era do JAZZ, do CHARLESTON, novos ritmos que empolgavam. Espaços ousados foram criados numa década de prosperidade, a guerra havia acabado. Teatros famosos, óperas, concertos e grandes orquestras como também Hollywood com seus campeões de bilheteria. Livres de espartilhos as mulheres libertavam-se, mostrando os tornozelos com modelos em tubo, leves e elegantes, permitindo maior exposição da sensualidade feminina. Chanel invadia as cenas com cortes retos agradando a todos os olhares curiosos. A SEMANA DA ARTE MODERNA dá novo significado à nossa cultura em um grande acontecimento cultural – Teatro Municipal de São Paulo – 1922,
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mostrando nossas raízes com ABAPORU ou MACUNAÍMA. O rádio vem integrar trazendo e levando notícias. A modernização das fábricas, novas tecnologias e o cinema falado. Muitas novidades nos “felizes anos 20”. Também a gripe espanhola, que de Espanha nada tinha, veio assustar e vitimar o mundo, de ciência atrasada, na crueza da epidemia que ceifou tantas vidas. A queda da bolsa de Nova York traz a “grande depressão” marcando o fim de um tempo trazendo novas reflexões à sociedade. O sufrágio em embrião motiva as mulheres para a conquista justa do voto, ombro a ombro com o sexo oposto. E o médico canadense Robert Kock descobre o bacilo de Kock, abrindo caminho seguro para a cura da tuberculose, monstro voraz da época. A insulina isolada por Frederick Grant Banting permite o – Prêmio Nobel 1923 - grandes avanço. Vivemos hoje, cem anos depois outros “ANOS 20” que vêm nos acordar para uma triste e inesperada realidade: o dragão vermelho que dorme debaixo dos nossos