LiteraLivre Vl. 5 - nº 27– mai/jun. de 2021
Ariane de Medeiros Pereira Caicó/RN
O amor nasce e morre em uma oiticica O Brasil em toda a sua diversidade e abundância de recortes espaciais e temporais esconde mistérios que somente os seus praticantes sabem desvendar. As paisagens são cenários de grande arroubos e ações efetivas de vivências em meio a pastos, serras, veredas, estradas e asfalto recortados por pequenas cidades e grandes metrópoles. Cada um destes recantos esconde um singular de práticas do cotidiano. Encontramo-nos em meio à paisagem sertaneja, na qual impera um cotidiano onde o homem vive em intimidade com a natureza, considerando que, a primeira muitas vezes, se impõe a presença humana por meio da seca e de uma vegetação desnuda de folhas e alimentos. O homem, por seu turno, utiliza de suas técnicas para continuar a vivência naquelas paisagens sertanejas. Mas, sem sempre o sertão coloca obstáculos a vida do homem. Deparamo-nos, com o início do século XIX, nas paisagens sertanejas do Rio Grande do Norte, na qual os fazendeiros haviam se instalados naquelas plagas e passavam a ditar as normas do sertão. De terras havia conquistado inúmeras, desde os seus elementares pedidos ao rei português, passando por instrumentalização em fazer os casamentos de seus familiares para enaltecer o seu patrimônio.
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Nesse cenário sertanejo, encontramos a família Almeida sendo reconhecida por seu poder proveniente de terras, gados, bens de ouro, de bens de prata e bens de latão. A família era numerosa, em torno, ao todo, de vinte pessoas. Muito cedo os homens começavam a desbravar os sertões de modo a produzir a riqueza da família e as mulheres aprenderem os ofícios de casa para bem se preparar para cuidar de seus filhos e maridos. A vida naquelas terras, distante do litoral, transcorria sem altercação sendo o senhor Almeida dono e amo de seus bens e de sua família. Jamais, ninguém usou a desafiar o poder daquele fazendeiro que ditava as regras nas suas terras e extrapolava seu poder para além das portarias de sua fazenda. Era reconhecido na cidade, e por seus companheiros fazendeiros que acatavam as sugestões do hábil e atuante dono de terras. Francisco Almeida se dedicava a cuidar de suas terras com esmero e sabendo de uma nova cultura surgida nas paisagens sertanejas resolveu investir na eminente promessa de lucro em sua região. De imediato, procurou cultivar o algodão e com ele vislumbrar obter mais lucro. Percebeu que necessitava de mais braços para o trabalho, pois a lida com o gado e a