LiteraLivre Vl. 5 - nº 27– mai/jun. de 2021
Billie Bee Londrina/PR
Poe – (má) – tica do infortúnio “Todo grande amor traz consigo o cruel
Berenice e sua enfermidade cadavérica A inteligência inigualável de Ligeia Eleonora, beleza angélica Admiração que se fez repulsa: Morella Annabel Lee dorme numa tumba aos pés do mar...
pensamento de matar o objeto do amor [...]”. (Friedrich Nietzsche)
(Ah!) mar Sofrimento, agonia, morbidez que, antes, agora, de vez respondem pelo nome de mulher O apreço pelo obscuro, pelo funesto personifica-se em um rol de musas nefastas Grotescas, desgastam, arrastam minh’alma para o lúgubre, o fúnebre Pertenço a esse lugar Todas elas (fascínio!) desviaram-se do caminho Atormentam minhas horas, meu destino O etéreo é o oposto de mim Sou meu próprio prisioneiro, meu maior algoz Interrogo meus demônios se algum dia terei (a não merecida) paz O negro pássaro que me guarda na janela corveja, grasna em tom atroador: “Nunca, nunca mais”.
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