LiteraLivre Vl. 5 - nº 27– mai/jun. de 2021
Carlos Jorge Azevedo Santa Marinha do Zêzere – Baião – Portugal
Solidão Não me arrastem para onde não quero Ou ponham na minha boca palavras Que só de soletrá-las desespero, Teu sonho é sertão que só tu lavras! Quero ficar longe, entre loucuras, Como arbusto esquecido e derrubado, Fazer dessa toada as partituras, Não me interessa ser o derrotado. E quando me tocar a escuridão Serei como a urze simples florinha A que ninguém tira a imensidão. Então balbuciarei uma oração E minha alma há de restar sozinha A penar no amargo da solidão.
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