LiteraLivre Vl. 6 - nº 34 – Jul./Ago. de 2022
Mestre Tinga das Gerais Corinto/MG
A Botina do Zé Texeira A pió coisa do mundo uma é pessoa tê um sonho e num pudê arrializá. Ais vêis pru farta do cascaio, ôtas vêis pru mode disimprêgo e pu aí vai. O amigo Zé Texêra era um desses que incaxava nesses sonho e o sonho dele era de tê um pá de butina, feitio pelo Jão Reise e cor amarelada feitio burro fugido. Uma coisa num pode ficá iscondida, que é o desejo de Zé Texêra é sê pião de rudeio, e ele inté tem um cinto cum uma fivela, num tamain que vira inté uma arma.Mais num tinha a tale butina toda cheia licutrixo, infeitiada inté no solado. O Jão Reise mora lá nu sule de Minas e a demanda é álita e o home fabrica muitios pare de butina e óia, incrusive inté pus isteriore. É... Bão, misturô o sonho do Zé Texêra e as incumenda do Jão Reise e óia que ele féis a butina, de acordo cum a incumenda, mais condo ínviô pu Zé Texêra, coloco na caxa um pé 36 e o ôto 37 e mais, dois pé isquerdo e o cabôco carça 40. Imagina a luita pu Zé arrializá o sonho. Ia tê um rastapé lá na casa do cumpade Zezé e o vendêro mão de rato cunvidô a redondeza pa mode adiverti um tiquim e ele muito isperto vendê argunha coisa. Minino, condo o Zé Texêra ficô sabeno qui a D.Sílivia Maria – ela gostia que chama ela é Maria Bunita - ia no rastapé, ele fico doidio. E que pensô...pensô...pensô e cumeçô a preguntá na currutela o qui era bão pa mode carçá a butina mais sereno. Um falava qui era bão passá o garfo na trazêra da bicha, Oto já falava quera bão inche ela de mio e butá um tiquim de água, mais sabe quem vêi cum solução? Quem? Quem? Quem? Pedrosinha! E foi logo falano:
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