LiteraLivre Vl. 6 - nº 34 – Jul./Ago. de 2022
Alberto Arecchi Pavia, Itália
O Anjo Da Morte Rosana e Estevão chegaram à aldeia
ressoavam
sinos,
quase
abandonada, na encosta rochosa árida.
distantes.
Ao longo dos séculos, os terremotos
movimento de um pássaro, ou a brisa
arruinaram
da
os
edifícios.
O
último
Talvez
ecos
noite,
tivesse
produzindo
os
o
poucos
habitante havia emigrado em busca de
pedágios
fortuna. As pessoas evitavam a aldeia
tempos antigos. O prédio em frente à
fantasma e faziam o sinal da cruz
igreja parecia intacto. A fachada era
apenas para citá-la.
de pedra, com manchas de gesso.
Subiram em rochas friáveis, entre
Uma
lúgubres,
sido
sacada
lembranças
abaulada
acima
de
da
vassouras e peras espinhosas, sob o sol
entrada. As portas desdobradas das
velado por raras nuvens de calma. No
janelas, sem vidro, revelavam uma
pôr
negligência secular. A porta cedeu
do
sol
flamejante,
sacudiu
os
ombros
um de
arrepio Rosana.
facilmente
quando
empurrá-la.
lugar, a partir do nome misterioso, uma
empoeirado parecia ser a antecâmara
lembrança da época em que os piratas
do
sarracenos se enfureciam ao longo das
curiosidade os impelia a ousar.
costas. Estudiosos argumentaram que significava
"A
alma
dos
do
corredor
tentou
Fantasmas pareciam espreitar naquele
covil
O
Estevão
mistério,
escuro mas
e a
No andar térreo, descobriram um
mortos",
quarto mobiliado, com a cama em
enquanto outros interpretavam o nome:
ordem, que parecia ter acabado de
"O anjo da morte".
ser preparada. Nem uma partícula de
A noite chegou. Os dois jovens
poeira, mas um aroma quente de
tinham mochilas, comida e lanternas
cera e flores. Escolheram passar a
com eles. Do campanário ainda em pé
noite
13
no
quarto,
mas
não
se