LiteraLivre Vl. 6 - nº 34 – Jul./Ago. de 2022
Tauby Coutinho Rio de Janeiro/RJ
Minha Querida Sáens Pena
“ENTRE Morros Verdejantes A Tijuca Foi Crescendo Nas Manhãs Sarau E Festas Violões Tocando Pelo Ar Os Sons Plangentes Depois O Silêncio Vinha Envolvendo A Paz Das Frias Madrugadas De Um Passado Que Não Volta Mais Mas No Coração A Tijuca Não Mudou Mantém A Tradição “ Ode a Tijuca - Lourdes Fiqueredo Maria Alice Saraiva
Bom dia doutor, açúcar ou adoçante? Quantas vezes respondi a simpática e solícita Nice essa pergunta. Na mesma quina do mesmo balcão, ora só, ora acompanhado, ora nas primeiras horas do dia, ora depois do almoço, foram mais de 30 anos respondendo a Nice: - adoçante. O tempo foi benevolente com Nice, não sei se ela pensa o mesmo de mim. Sempre bem arrumada, bem maquiada, olhar atento por todo o balcão, atendia a todos com um sorriso que não combina com um atendimento de um balcão as sete horas da manhã. Da grande lanchonete Palheta, no centro da praça Sáens Pena, hoje só resta um pequeno balcão, onde, gerenciado por Nice (em outrora uma iniciante balconista), serve o café da casa e alguns salgados e doces. Esse pequeno espaço, “Café Palheta”, reluta em sobreviver nos dias de hoje por pura tradição Tijucana. Todo o resto da lanchonete se transformou em uma enorme farmácia, aliás coisa normal hoje em dia. Grandes estabelecimentos se transformaram em farmácias e Igrejas Evangélicas. Faz nos pensar que as pessoas andam doentes de corpo e espírito.
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