LiteraLivre Vl. 6 - nº 34 – Jul./Ago. de 2022
Willian Fontana Rio de Janeiro/RJ
Submersores das emoções No breu absoluto das trevas soturnas podíamos sentir seus sussurros. Além aparelhos sensoriais enxergamos com os corações numa projeção empática que conectava a nós as dores e vítimas e ao sadismo dos algozes. A 'máquina dos profetas', como chamavam seus usuários, potencializava suas sensíveis empatias ao extrasensorial afim de detectar mediante conexões sentimentais pistas de meliantes sádicos e psicopatas, assim como suas vítimas. Era um perigoso mergulho no submundo do qual nas projeções da máquina as partes claras era o mundo ordinário dos quais pessoas viviam suas vidas, e as partes trevosas o submundo nebuloso de obscuridade. Quando este cruzava a linha zonas cinzas e choques maiores ocorriam. Como sombras o submundo não emergia na totalidade, ainda que rumores persistentes dentre todos usuários sentiam algo de um poder cruel do ódio e medo a jurar trazer as trevas definitivas ao mundo da superfície. Era como um Tor de volições para as camadas de valores civilizatórios inferiores, ainda que muitas vezes escondidos no alto do espaço comum e social, como elites com relações diretas ao submundo. Algo custoso e niilista que
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era fonte apenas de infelicidade e ausência de autoestima para nós. Fora assim que numa de minhas viagens senti a presença de uma criança em sofrimento. Muitas vezes recebemos as emoções como recados de volições sem saber o remetente. Buscamos por informações volitivas, associações que identifiquem a transmissão emocional para que finalmente a identifiquemos e possamos saber onde está e o que lhe fazem. A menina de 12 anos pranteava, sentia ela clamar por seus país, ao dizer o nome deles soubemos se tratar de uma das inúmeras crianças, e pessoas desaparecidas de modo misterioso. Aquele sinal de volição aludia a outros semelhantes, e uma vez estabelecendo conexão empática com imagens, pertences e sons da vítima eu pareava com seus sentimentos, mesmo sendo bons. Alguns não conseguia sentir senão vítimas associadas, como se fosse um vão esses propulsores do medo e ódio é como fosse vazios de qualquer humanidade, apenas os ecos são sentidos. Fora assim que descobri o paradeiro de Angelina Alves, tinha apenas 17 anos e estava num shopping abandonado na zona norte