LiteraLivre Vl. 6 - nº 34 – Jul./Ago. de 2022
Guilherme Hernandez Filho Santos/SP
A espera “...Chega impressentida Nunca inesperada Ela que é na vida A grande esperada!...” (A MORTE – Vinicius de Moraes) Não há pressa, mas também não se pode demorar. Quando se fala disso todos tremem. Não há quem não a tema e não deveria ser assim. É natural. É o caminho. É o fim. Para alguns, talvez muitos, há o “segundo capítulo” e até mais. Não sou desses. Aqui estamos e aqui encerramos. Façamos o que queremos e devemos agora. Não vejo outras oportunidades. As vibrações são nossas. Somos a interferência no Universo. Nosso plano é aqui. A interação é a geradora da energia positiva que nos move. Entes puros, básicos, múltiplos ou simples, nulos, etéreos, concretos, axiais, fantasiosos e, por que não, reais. Firmada e confirmada existência: “cogito ergo sum”. Então se deixe levar, enquanto espera, sem receio. Aqui e ali, sempre há o que fazer. A atividade corpórea e cerebral é necessária. Sem ela só o vegetativo obscuro do qual nada se sabe. Ou pouco. Que pavor assolará a hora do enfrentamento. Aguardar o momento que é uma certeza na vida. Dizem que se consegue rever tudo num átimo. O bem e o mal realizado. Os momentos felizes e as dores que se suportou com coragem. E agora? Esperança que vem do pensamento positivo: tomara demore a chegar. Mas demorará? Os que pretensamente se dizem capazes de antecipar o futuro também estão sujeitos a esta regra única. Eu ouso ir mais longe. Eu ouso dizer que são duas as certezas universais, e não uma: a morte, e se pagar impostos. A segunda assusta e nos faz preocupados, mas a primeira é o temor de todos os seres pensantes. A passagem deve ser doce, inebriante e efêmera. Para o nada, o atemporal, o imaterial. Então, por que temê-la? O sofrimento só existe na jornada; no chegar até lá. Aguardemos, pois.
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