LiteraLivre Vl. 6 - nº 34 – Jul./Ago. de 2022
Hélio Guedes Petrópolis/RJ
O Rato Que Tocava Trombone Dentro de cada mão eu tinha uma noz. Dentro de uma tinha um gato. Na outra, um furado e velho sapato. As duas colhi em um pé de avelós. O sapato, apesar de velho, era bem veloz. Já o gato, muito gordo, parecia um carrapato. Depois olhei direitinho e do gato saiu um rato E no velho sapato, entrou um belo albatroz. O albatroz com harmonia começou a cantar Já o rato, esperto, com maestria tocava trombone. Era dupla afinada e hermosa, linda ao luar! Depois foram juntos tomar um bom espumone. Enquanto isso, o gato e o velho sapato dormiam abraçados. Em profundos sonhos, amando-se como dois esparadrapos. Muito felizes com juras de amor escritas em guardanapos. Nada mais lindo! Bem esfarrapados e constipados. Guardei todos esses desvairados em cada mão E, entre os dedos, cuido com todo amor e vontade, Com apreço desdobrado, cuidado e educação Afinal, são todos filhos de minha louca sanidade.
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