de Cristo na Terra; e à Sagrada Eucaristia, que é Nosso Senhor Jesus Cristo presente na Terra, objeto supremo e próprio da religião403. O senso da honra católica Toda criatura humana, por mais modesta que seja, tem uma dignidade própria, natural e inalienável. Maior ainda, incomensuravelmente maior, é a dignidade do último, do mais apagado dos filhos da Igreja como cristão, isto é, como batizado, como membro do Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cristo404. A pessoa que, de dia e de noite tem noção de sua própria dignidade, vive na presença de Deus. E quando tira férias da dignidade, tira férias de Deus405. Essa espécie de dignidade total é a integridade da dignidade. É a dignidade em todos os modos de ser do homem. E essa dignidade total é um dom apenas do católico apostólico romano verdadeiro. De tal maneira é um dom, que se conhece a catolicidade pela dignidade406. A honra é uma espécie de projeção ou de reverberação da dignidade. A dignidade se reflete através da honra. Um arcebispo, por exemplo, tem mais honra, porque em tese a sua missão é maior do que a missão de uma pessoa comum: abrange uma área mais extensa, abrange mais pessoas sobre a qual se exerce e sobretudo abrange uma soma de poderes e uma natureza de poderes maior. Por detrás da noção de honra há, portanto, a noção de dignidade, a qual está ligada a uma tabela de valores que está na ordem do ser: determinada missão existe, e ela, no seu ser, é maior do que a outra. Então tem uma dignidade maior que se exprime por meio de uma honra diversa407. A noção de honra é um dos elementos mais intrínsecos à noção de sacralidade. Ninguém terá ideia do que é sacral, se não tiver noção da honra intrínseca daquilo que é sacral, em comparação com outras formas e outros graus de honra. Digo mais: é impossível o indivíduo ser católico
403 RN 31/1/69 404 “Dignidade e distinção para grandes e pequenos”, “Catolicismo”, n° 33 (setembro de 1953). 405 EVP 17/9/78 406 EVP 24/9/78 407 EVP 30/5/76 4ª PARTE – A MENTALIDADE DO PALADINO DA CONTRA-REVOLUÇÃO 173