Lamarca não voltaria a responder e esclarecer os pontos considerados pouco políticos na sua carta. Mesmo que não tenha havido a formalização, a VPR concordou em transferi-lo ao MR-8, o que naquele momento foi um alívio para os problemas concretos da organização. Alfredo Sirkis relata em suas memórias que permaneceu na organização até conseguir fazer essa transferência de Lamarca e Iara para “a kombi do MR8”, que faria o transporte para sua nova e triste fase, no sertão da Bahia.
Novos comunicados: a dissolução O Centro de Inteligência do Exército dá conta de um estouro de aparelho realizado na Guanabara onde teriam sido encontrados dois documentos, datados de 7/8/1971, “que esclarecem a situação da Organização no País”. O CISA faz um resumo do Comunicado n.1: O Comando só existe efetivamente no BRASIL; O novo comando assume a O. praticamente extinta e vai tentar salvar o que sobrou; exige-se que todos os militantes obedeçam ao centralismo e que mantenham a frieza diante da situação caótica.18
Já sobre o Comunicado n.2, apresenta-se uma autocrítica: Os últimos acontecimentos provaram com sangue e fogo a inviabilidade dos grupos armados tais quais se encontram atualmente... Para isto, o comando [de]termina de forma imediata: a) a Organização está desmobilizada; b) Está convocado o II Congresso Nacional - Por desmobilização entendemos: a) suspensão de ações armadas; b) suspensão de reuniões com condições de segurança precárias; c) redução ao mínimo indispensável da circulação dos militantes; d) estabelecimento de contatos de frente apenas para encaminhamentos urgentes e comunicações; e) comunicação imediata às outras organizações da atual perspectiva política da VPR. Isto é, que a Organização está politicamente extinta no Brasil e que estamos desmobilizados definitivamente. 18
Informação n. 285/71/B2/ID-4. Situação da VPR. CIR – I Ex. 4º RN, 15/10/1971, Arquivo Nacional BRDFAN, BSB ZD.1C.6, p.1/2.
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