ao Brasil. Sua carta tem um tom fortemente ufanista, não fala sobre sua família, embora o encaminhamento da mesma indique que houvesse problemas de saúde a serem tratados.
Aristóbulo del Valle Em conversas com militantes da VPR que estavam no Chile eles relatam que havia um clima de muitas atividades na capital, o que facilitava a circulação e o acompanhamento da repressão. Alguns escolheriam a clandestinidade para fugir dessa visibilidade. O relato de Roberto Fortini não é muito preciso sobre a ordem dos acontecimentos, mas nos esclarece a posição do grupo: [...] eu assumi uma responsabilidade e não saí da VPR porque em Santiago do Chile, a VPR estava muito infiltrada e todo movimento estava sendo infiltrado pela polícia, pelo exército brasileiro, pela repressão que era essa tal de Condor. E aí, criamos um grupo de isolamento para poder sobreviver das infiltrações que havia. [...] o companheiro Aluízio que assumiu uma responsabilidade naquela época de infraestrutura dos companheiros que voltavam do treinamento porque nós tínhamos muitos estudantes que não tinham condições nem se quer de usar um revólver, então tínhamos que dar condições de capacidade para poder enfrentar a luta que se via que se continuava.17
Ele havia sido figura-chave no esquema da pesqueira, em Três Passos. Mas o que a repressão não descobriu foi que havia outro lado do esquema, advindo ainda dos recursos do cofre de Ademar, um esquema na Argentina, o “lado de cá”, sobre o qual não temos muita informação: Bom, eu assumi a responsabilidade da infraestrutura do Sul porque eu tinha bastante experiência e tinha ficado na estrutura. A estrutura onde eu estava, certo? Caiu para o lado de lá, mas não caiu no lado de cá. E eu tinha conhecimento, conhecia perfeitamente bem a fronteira desde Santo Tomé na Argentina e lá na frente São Borja até aqui em cima em Itapiranga, um município catarinense que faz divisa com o Rio Piquiri-Iguaçu e pega o lugar...então eu assumi 17
Esta entrevista foi concedida a Gilberto Calil e Marcos Vinicius Ribeiro, na ocasião do ato de lançamento do Centro de Memória de Foz do Iguaçu, em 2013.
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