Coordenador: Lillian Gonçalves de Melo Bolsistas: Mariana Rodrigues Santos e Brena Almeida Silva Colaboradores: Aneuzimira Caldeira Souza, Adriene Matos Dos Santos, Elaine Ferrari de Brito, Carlos Augusto Pereira da Silva, Fabiano Rosa de Magalhães, Juvenal Martins Gomes e Kaíque Mesquita Cardoso Texto: Juliana de Almeida Pereira e Santos Campus: Araçuaí
Crescêncio
Conversa com o Povo Indígena.
Projeto
Povos Indígenas do Vale do Jequitinhonha e Mucuri: conhecer para preservar
Neste projeto de extensão, foram promovidos momentos de debates, estudos e conhecimentos, orais e escritos, sobre o passado e o presente dos povos indígenas no Vale do Jequitinhonha e Mucuri, objetivando sua promoção cultural e social, de modo a fomentar a importância desses povos para a constituição identitária da região. Esses momentos incitaram mudanças que visavam ao respeito, à valorização e ao reconhecimento dos povos originários.
O
Vale possui várias riquezas. Além das minas de ouro e demais atividades de mineração, trata-se de uma região cujos primeiros habitantes foram povos indígenas. Porém, com as expedições em busca de ouro e minérios, essas populações nativas foram dizimadas. O Vale do Jequitinhonha somente despertou o interesse de exploradores a partir da decadência da mineração, no final do século XVIII. A partir daí, sociedades indígenas que residiam na região sofreram o processo de colonização, com a legião de mineradores e faiscadores que chegaram ao baixo Jequitinhonha, à procura de pedras preciosas e ouro, e outros que buscavam a conquista de novas terras para agricultura. Esse processo não aconteceu de forma pacífica, foi de modo cruel e desumano, uma verdadeira guerra, genocídio e etnocídio ao povo indígena. O príncipe regente D. João VI, insRevista de Extensão do IFNMG
Exposição da pesquisadora indigenista Geralda Soares sobre os povos indígenas.
tigado pelos seus ministros, declarou guerra aos povos indígenas que habitavam a região do Vale. A atitude real foi tão extrema, que D. João mandou “aniquilar e destribalizar os Botocudos, que povoavam o Sertão do Leste a Mata do Jequitinhonha”. A guerra declarada pela corte foi concebida como “ofensiva e justa”. Os índios foram condenados por não aceitarem a condição de serem vassalos úteis à Coroa. Percebemos, nesse contexto, a imposição de uma identidade e o apagamento de outra. Os índios, que eram contrários a essa posição humilhante, foram mortos ou fugiram para outras regiões. Dessa maneira, o Vale do Jequitinhonha foi explorado e ocupado a partir de 1811, com o estabelecimento da “Sétima Divisão Militar”, sob o comando do alferes Julião Fernandes e pelo aldeamento de Lorena dos Tocoyó - que levou alguns índios Maxakali que foram aldeados e “civilizados”. Com base nesse contexto histó111