LiteraLivre Vl. 4 - nº 23 – Set./Out. de 2020
Malinga Dambo Maxixe – Moçambique
Os ninguéns Lá do horizonte, O sol desponta. As pétalas desprendem o amor Em perfume das rosas. A esperança nasce nos olhos dos meninos ninguéns. As aves chilreiam profecias Duma trégua da fome Que os consome Quão nenhuns são Os meninos sem pão. O sol raia e vai ao ocaso As flores murcham E os nenhuns comem o vazio da estendida mão Quão degradado é o valor deste não Incrédulo se torna o fixo olhar Ao vaivém das ondas do mar perdidas Que agoiram despedidas Ou vem-vai das esperanças desiludidas Nas profecias desvanecidas.
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