LiteraLivre Vl. 4 - nº 23 – Set./Out. de 2020
Valéria Barbosa Anil - Rio de Janeiro
Minhas contas profanas Minha conta o que me conta? Que dito irado quer me segredar? Será que contaram suas cores? Miçangas de mil tons pedregulhos de cristais escondidos ancestrais. Será que terás que ornar o pescoço de mortais? Minha conta de vadiagem vadeiam na minha alegria penduradas como vacas pro matadouro da emoção, suas cores são as mesmas que trago na retina que alimenta o meu dia e me dá afinação para compor melodias, versos e cantarolar na cozinha mesmo com nó no coração. Enfeito o sentimento, agrado a minha visão! Eu escolhi minhas contas mesmo que falem baixinho suas cores são gritantes seu feitio variado assim como sou nesta vida mesmo com o pescoço esticado. Minhas contas quando irás enfeitar minha garganta tirar a fala presa e a ressaca do desalinho? No seu nylon deixar apenas aquelas benditas parecida com as minhas guardadas noutro lugar O pescoço é um a cabeça uma e as contas pra eu dar conta, milhões. Minhas contas versam como Carmem Miranda com o seu batom vermelho e os penduricalhos da vida! Escandalosamente coloridas, as profanas em risadas a viver e as religiosas a esperar a hora de cantar o seu axé por minha emoção suster.
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