LiteraLivre Vl. 5 - nº 26 – Mar./Abr. de 2021
Luís Amorim Oeiras, Portugal
Carta ao senhor Tipo Excelentíssimo, Estou a dirigir-me a si, prezado senhor Tipo para lhe dar conta do que se tem passado nos últimos anos por aqui, na minha terra, por sua causa e do seu, es tou em crer, bom nome. Bem consciente eu próprio me identifico quanto ao grau de culpabilidade seu para a ocorrência de tais factos, o qual não deverá ser mais do que nulo, esteja completamente descansado. No entanto, devido à gravidade inerente, não posso deixar passar esta oportunidade de a si, respeitosamente, me dirigir com a exposição em modo desta carta para lhe dar a saber o que efectivamente se tem passado nesta curiosa, por vezes deveras estranha terra, estou convicto que deste modo a irá apelidar. Sem mais demoras, vou directo ao assunto que, já o referi, envolve o seu bom nome, o qual passa pela sua invocação em quase todos os diálogos que as pessoas têm entre si. Ou seja, para que perceba melhor, pois acredito que ao ler estas linhas já estará deveras surpreendido com a minha descrição, vou apresentar o problema que vem ocorrendo desde há demasiado tempo por uma diferente abordagem. Com efeito, o seu nome aparece nas frases ditas por diversas vezes, muitas para ser verdadeiro ou até mesmo em demasia para lhe dar a conhecer a minha avaliação da inacreditável situação. No início, muitas pessoas ficaram incrédulas com o que estava a acontecer para depois, deixarem de ligar, pelo que não houve quem tomasse a nobre iniciativa de algo fazer para colocar um ético fim a tudo isto. Considero que a linguagem deve ter regras e algum bom senso, daí ter resolvido ser eu, por única iniciativa, a minha, de a si me dirigir. Como dizia há pouco, o seu nome aparece demasiadas vezes em cada frase proferida, relembro a demasia no meu humilde avaliar, aparecendo dito nome no início e fim das frases, com pontuais aparições pelo meio. Funciona nome seu como directo complemento em cada frase, quando não
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