LiteraLivre Vl. 5 - nº 26 – Mar./Abr. de 2021
— Ora, mas o quê?... Esqueça isso, são águas passadas que já não movem moinhos! — Águas passadas, uma pinóia!... Águas passadas seria se eu não tivesse achado o tesouro lá no fundo do rio e a Deusa não me desamarrasse a boca do saco... — Ora, ora, meu querido Malaquias, o que é do homem o boi não lambe. Disse seu João, pondo a mão de claro interesse em seu ombro. Aí Malaquias cresceu feito sapo cururu no sal. — Mas será que ela me quer? — Oxente! E ela te esqueceu?... Depois daquele cheiro que tu deste no cangote dela, vive sonhando acordada contigo. — Não diga!... Eu nem arreparei, nem me alembro desse desfrute.
— Digo, e digo mais: quero que tu faças comigo o mesmo que eu fiz contigo. Que me ponha num saco e me jogue no rio, no mesmo lugar que jogaram tu, viste. Tô louco para conhecer essa Deusa e o meu Rendez-vous. Só que eu vou levar mais três sacos, dois para mim e mais um pra tu. — Não senhor, não carece não, para mim já tá bom. Pegue tudo o que puder para o senhor. — Pois bem, quando eu voltar vamo fazê um forrobodó de lascar ! — Então vamos logo com isso que eu tô doidinho pra casar. E assim foi feito. Até hoje esperam pelo senhor João. Malaquias Serafim Fim Fim não casou, mas vive de cama em cama, ora dorme com Magalina, ora dorme com dona Magalona que é para sossegá-las.
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