LiteraLivre Vl. 5 - nº 26 – Mar./Abr. de 2021
Aline Bischoff Osasco/SP
Estranha Habitação
I Meu peito é morada de numerosos escritores, Mas seria uma casa vazia, se não fosse a poesia. Nele plantei um jardim de rosas para a Cecília1, Onde ela rega seus doces e perfumados amores. No quarto do Vinícius não há teto, nem chão 2. O do Mário tem as paredes todas brancas, Repletas de desenhos feitos por crianças 3. É uma casa intensa e permeada pela emoção! E vem sempre gente nova chegando. Tem pessoas rindo, outras chorando, Às vezes reclamando, ora inventando, Por vezes viajando ou se apaixonando. Houve quem pelo caminho tropeçasse, Esbarrando em pedras pelo percurso4, Mas que pela porta dourada entrasse, Exclamando vitorioso o seu discurso. II Há vozes ocultas e desconhecidas, Por vezes oprimidas em suas lutas. Dispostas companhias bem-vindas, Com inspiradas opiniões resolutas. Nessa viva residência multicolorida Revivemos as lembranças saudosas, Aprendemos preciosas lições de vida, E trocamos experiências proveitosas.
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