LiteraLivre Vl. 5 - nº 26 – Mar./Abr. de 2021
Valéria Barbosa Rio de Janeiro/RJ
Palavras voando Tenho incontáveis poesias. Nasceram sem a preocupação de agradar. Foram olhadas com o binóculo do julgamento, questionado o seu português, e eu nunca deixei me abalar. Escutei todos; por vezes imatura não os entendi, mas registrei. É preciso curiosidade para desvendar a palavra, para apalpá-la, senti-la. Mesmo que você seja a primeira a ouvi-la. Admiro pessoas que me trazem palavras novas com conteúdos vivenciados. É nó desatando os sentidos do que o som traz, são recados. A opinião de quem só julga é faca afiada em paralela, corta a mão de quem a manuseia e ao seu próprio sentido esfarela. Somente quem é encarcerado na ignorância sabe o valor das palavras como chave de libertação, engatinha pra pronunciá-las com carinho e esperança, liberta o coração. Luta por autonomia estimula os sentidos, deixa-as partir sem agonia, livres, sem medo.
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