LiteraLivre Vl. 5 - nº 26 – Mar./Abr. de 2021
Caroline Cristina Pinto Souza Botucatu/SP
Galante Lírica
Nossa respiração quebra o silêncio prolongado, A vitrola irrompe num acústico grito, Em uma mira espiã sou investigado A caça lírica num compasso infinito. Galante tango, uma serenata, Meus tigres dedos se tornam mansos Nas costelas felinas da cigana mulata, Garras enroscadas sem um erótico descanso: Os calçados num intercalar profundo; Movo-me do lado oriental e Juanita, do ocidente; Trovador sentimento, dramático mundo, Binário ensaio, sincrônico e ardente. As suas pernas, delicadas e seminuas Somente cobertas por um vinho tecido, Percorrem meus ombros sob a minguante lua Nossos atentos olhares aos acordes unidos. A rabeca em ritmo paulatino, adormece seu timbre sensual Encerra outro bailado desatino, ao romance, um ponto final.
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