LiteraLivre Vl. 5 - nº 26 – Mar./Abr. de 2021
encheu-se de bolas de futebol. Botafogo pra lá, Vasco pra cá, e em ambiente cosmopolita, como o carioca, até os Santos ajudam a animar a disputa esportiva. O Pensador do Boteco atuava como moderador dos debates, como era do seu feitio, e evitava falar do seu Fluminense. Não tanto por modéstia, mas por precaução. O maior clube do Rio (e do mundo) estava a dois passos de conquistar o campeonato brasileiro, após haver-se sagrado campeão carioca naquele mesmo ano. Mourão não queria atrair mau-olhado. Afinal de contas, como ele costumava dizer, superstição é bobagem, mas não custa respeitar.
Pouco a pouco, e sem qualquer desmerecimento para a boa noitada, a turma começou a retirar-se, deixando sua contribuição para o rateio geral ou pendurando para segunda-feira no banco, como era a notória especialidade do Pacheco. Mourão e seu estado-maior foram os últimos a deixar o recinto, após acertarem as contas com Osvaldo e Teodoro. Sorrisos fartos, almas bem lavadas de chope. Sem a necessidade de murros na mesa, já “era hoje”. Era? Nada disso. Será novamente. Sexta e sempre.
Abril 2019 Sequência de “O Pensador do Boteco”, edição especial 2020 desta Revista.
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