LVII CINQUENTA E SETE
QUISERA SER PROFETA, MAS SOU ELEITOR
Quisera ser o porta-voz dos mais sábios profetas que existiram na história, nestas horas de tantas incertezas em que vive nosso mundo brasileiro. Pela verdade, quisera ser um profeta de fato, para ter o poder da fala e o dom da profecia. Quisera portar uma mensagem profética de libertação definitiva para o povo do Brasil.
A ilusão de uma campanha política, que tudo centraliza, desviando olhares e pensamentos das questões maiores e interessantes de nossa complexa ordem social e que permite aos “profissionais”, oportunistas dessas horas, agirem na calada da noite ou na surdina, impondo ao povo, mais e mais, jugos pesados, que nem sempre se pode carregar. São essas horas que se abrem e se tornam propícias para que decisões importantes e irreversíveis sejam tomadas. O povo, que seria o maior interessado, está como que dopado e amortecido, por uma avalanche de ataques de marketing, bem ou mal elaborados. São praticamente três messes que somente se respira campanha política. Não se faz outra coisa e também não se pensa em mais nada. Em verdade tudo se engole, cozido, cru ou mal temperado. Não comparando é como uma disputa de Copa do Mundo, quando o País está envolvido, só se pensa naquilo ou como em época de Carnaval, nada mais se faz a não ser ele. Talvez uma profecia de esperança em meio a isso tudo, pudesse mudar os rumos, quem sabe, e dar um novo alento a tantas pessoas que sofrem sem nada poder fazer. Quisera ser um verdadeiro profeta, para poder ser ouvido, principalmente nestes tempos fortes, e dizer, “não se iluda meu povo, eles são como cometa que de a cada quatro anos passam pelos céus de suas vidas e vocês continuaram os alimentando por mais quatro, com o melhor e mais saudável sustento. Não se preocupem, quando vocês estiverem com fome eles deixarão cair um pouco de migalhas de suas mesas para que vocês poderem saciar, parcialmente, sua fome. Quando vocês passarem frio eles deixarão que vocês usem, por um certo 129