LXVII SESSENTA E SETE
UMA LUZ NO FUNDO DO TÚNEL
Vezes há que pensamos não haver mais possibilidade de controle sobre a situação. Principalmente no que se refere à correria do nosso dia-a-dia. O cerco vai se fechando tanto, que concluímos não mais ter saída. Temos vontade de sentar em um canto da casa ou sobre uma pedra no jardim e não nos levantarmos mais para nada ou vontade de sair pelo mundo sem rumo e sem precisar voltar nunca mais. Ou ainda, de agredir todo mundo que encontrarmos pela frente. Esse é um sinal evidente de que estamos mergulhando no lago profundo do estresse. Uma pessoa estressada é capaz de realizar coisas inimagináveis, como, por exemplo, “dar coice na própria sombra”. Quando as lágrimas começam a aflorar sem que possamos evitar e somos constantemente atacados por pensamentos pessimistas, fantasias macabras, inventamos doenças que não existem, somos atacados por uma tristeza imensa, um medo inexplicável do desconhecido e, até mesmo, do que conhecemos. Quando nos sentimos fracos, impossibilitado de agir, sem vontade para coisa alguma, apático e passamos a imaginar que jamais sairemos de tal situação, isso significa que estamos mergulhando em outro mar tenebroso, o oceano da depressão. A isso se chega, quando não conseguimos nos desligar dos momentos mais fortes de nossa vida. O exemplo mais corriqueiro é trabalho. Ser humano algum aguenta ficar “plugado” ininterruptamente ao trabalho. Começa aos poucos, trazendo algum trabalho para a hora sagrada do lazer, do descanso, do convívio social com a família e amigos. Primeiro traz uma ou duas pastas. Depois traz o fichário todo, até que acaba trazendo a empresa. Aí não se distingue mais o que é trabalho e o que é espaço privado para o descanso. Tudo vira a mesma coisa. Então acontece o esperado. O trabalho, a empresa, o produto o lucro cresce vertiginosamente e permanecem por tempo indeterminado cumprindo sua finalidade, enquanto isso o ser humano que os criou e os produziu definha irremediavelmente até o desfalecimento. 149