II DOIS
NINGUÉM PERDE A FÉ
Existe muita especulação em torno da afirmação antiga de que “toda pessoa que estuda, ou conhece a Filosofia e a Ciência, entra em crise existencial e perde a fé”. É mentira. Quem chega ao ponto de perder a fé, só por estudar mais, de duas uma: nunca foi pessoa de fé, não entendeu nem aceitou esse estado de espírito; ou não estudou correta e adequadamente, a Filosofia e a Ciência.
Adquirir conhecimentos filosóficos ou científicos é uma realidade, ter Fé e “experimentar” a dimensão espiritual da vida é outra bem distinta. É inadmissível uma pessoa dizer-se sábio e afirmar que, por isso, perdeu a Fé. Daí a necessidade de investigação filosófica cientifica fundamentada, para compreender essa diferença. Se a pesquisa for científica o resultado será apenas o que provam as experiências vistas, ouvidas, apalpadas, cheiradas ou degustadas, através dos cinco sentidos materiais. Se a pesquisa for filosófica o resultado será na ordem intelectual, em decorrência do raciocínio lógico, exercitado pela razão. Juntadas as duas, será meio caminho andado, falta somente a outra metade. É aqui que alguns estudiosos chegam e param. Admitem somente o filosófico ou somente o científico, em relação à humanidade e ao mundo. A outra metade, outra parte ou continuidade do caminho somente será, efetivamente, realizada com mais dois recursos. O primeiro é a intuição, capacidade essencial do ser humano. É uma abertura imediata para o conhecimento e para as conclusões. É uma ação muito rápida e dinâmica do espírito, que a lentidão do pensamento não consegue decodificá-la e, consequentemente não a experimenta na sua totalidade, salvo em casos excepcionais, como os êxtases (estados alfas), por exemplo. E, neste estado, pode acertar e resolver qualquer problema, mesmo parecendo insolúvel. O segundo recurso é o movimento da Fé, a ação da graça, (força divina no homem), que o habilita e o capacita para “experimentar” compreender e assumir, sua dimensão espiritual, que o faz parecido com Deus. 17