XVI DEZESSEIS
SÁBIO É VOCÊ
Há uma grande diferença entre reter informações e ser verdadeiramente culto. Uma pessoa culta é conhecida pela sabedoria que possui e que transborda e exala, naturalmente de seu interior, sem qualquer esforço. Esse transbordar de conhecimentos é consequência de um intenso exercício de aperfeiçoamento intelectual. De todas as pessoas sábias que conheci pessoalmente ou que tive notícias pela literatura ou outros meios, nenhuma delas chegou a esse estágio sem ter passado por longos e penosos dias e noites de buscas, investigações, leituras, pesquisas, meditações, raciocínios. Não vi nenhuma que chegasse ao conhecimento que tem sem algum esforço.
No conhecimento, cultura e sabedoria não há milagres, salvo em casos de excepcionalidade. Por exemplo, quem sabe os números de telefone do Brasil inteiro não é um sábio, mas um super dotado, portanto, excepcional. Sabe somente isso. É memorização. Ela até “certo ponto” faz bem, mas se ficar só nisso é perigoso. Um papagaio bem treinado também pode repetir uma série de números, palavras ou orações. Não tenho conhecimento, até hoje, de ninguém que chegasse a um alto grau de sabedoria sem ter lido muito e exercitado a razão discursiva, isto é, o raciocínio. A leitura é a porta de entrada, o corredor e todas as salas e quartos do imenso castelo do saber. Pela leitura entra-se e sai de qualquer labirinto sem muita dificuldade. Na leitura experimenta-se o sabor e os mistérios da vida e se conquista os mais altos píncaros do sucesso. Por falar em sucesso, tenho tido momentos de grande realização profissional, quando encontro pessoas que foram meus alunos no Curso Médio, quando lecionei nas escolas públicas aqui de Campo Mourão, e que hoje estão estudando em boas Faculdades e Universidades do País. Há dias atrás, ao sair dos Correios, encontrei uma ex-aluna, do Colégio Estadual Marechal Rondon, que atualmente é universitária em Maringá e que me relatou ter conseguido êxito e sucesso em seus estudos por descobrir a importância da leitura, acompanhada da reflexão racional 47