LiteraLivre Vl. 6 - nº 33 – Mai./Jun de 2022
Willian Fontana Rio de Janeiro/RJ
Inversos do Subversor O neurocientista Dr.Osak Inácio estava prestes a publicar sua última pesquisa sobre a relação da violência e cérebro. Utilizando-se de várias pessoas negras examinou padrões de conexões cognitivas entre neurônios que personalidades antissociais. Chegando a surpreendente conclusão de que o aumento da miscigenação com negros aumentava a taxa percentual da tendência a psicopatia. Bastardos pardos e negros assim tiveram uma relação do aumento de probabilidade de ser um sociopata em proporção a quantidade de melanina na pela, pois para Dr.Osak a formação genética dos neurônios agrupava-se a influir na quantidade de melanina da pele dos destes. A pesquisa causou furor na comunidade científica antes mesmo da publicação, sendo questionada pelos pares tanto em relação a amostragem de indivíduos testados quanto aos métodos aplicados. Todavia Dr.Osak era taxativo: a questão dos negros era determinante social para o aumento da criminalidade e insanidade de uma sociedade. E por isso ele desafiou alguém provar que existisse algum bastardo pardo ou negro que fosse um superdotado e polímata sem qualquer histórico de assaltos, agressões por motivo torpe, ou estupro.
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Fora então que soubemos de Joe Pillgrim, pseudônimo de William Fontes. O sujeito que tinha várias pós-graduações, registro de dezenas de teorias e livros filosóficos e de ficção científica, já havia sofrido inúmeros crimes por motivo torpe, mas nem ao menos os devolvido na condição de autista e negro. Tinha dupla excepcionalidade, era entre outras coisas ótimo fotógrafo e desenhista. Obviamente que aquilo transtornou profundamente Dr.Osak. Vendo em risco sua medíocre pesquisa racista e discriminatória, a mando dele passaram a perseguir o homem que após anos de crimes, fraudes e isolamento amargava problemas psicológicos. Aquele caucasiano acreditava ter descoberto a cura para a questão dos negros e bastardos e os motivos por de trás de sua inferioridade, de que conexões neurológicas propícias a violência eram alimentadas a proporção da quantidade de melanina na pele e "espíritos sombrios" que nisso influenciava. Haveria alguns casos atípicos que como exceção essa degeneração social e neurológica não manifesta na concentração de melanina, mas em antecedentes