LiteraLivre Vl. 6 - nº 33 – Mai./Jun de 2022
Eni Ilis Campinas/SP
Saraivada de EU Eu eu eu eu eu eu eu estilhaço! Lascar quantos muros vidraças! Tempestades de vento sem direção? Num repente, munição se esgota, pesa silêncio. Fica o escombro de tanto eu arremessado. Acertou o alvo? Certamente, tantos foram disparados. Certificar a extensão da destruição. Êxito, pois. Êxito pleno? Há que se averiguar. A saraivada agora é outra, é revirar, esquadrinhar, revolver. Espreita e atenção. Êxito, pois. Êxito pleno? Há que se avaliar. Elencar e comparar as impressões, essa a nova saraivada. Há que ter tempo para descobrir a coerência entre o constatado e intencionado. Se houver, êxito. Se houver, farpas, discrepâncias, êxito ainda a caminho. Nova saraivada, pois. Rever, repassar, comparar para achar a dissonância e instaurar a coerência. Há que se instaurar a coerência para se certificar do êxito pleno. Só assim e não acaba, pois há que se garantir e manter. Não só. Garantir e alardear para o êxito não perder o brilho, não perder a eficácia, não perder a verdade. Imprescindível não perder a verdade. Eis que necessário o permanente reabastecimento de munição. Não pode faltar. Ah, não! Eu eu eu eu eu. Eis ai mais que a garantia, a veraz possibilidade de expansão eu eu eu eu. Êxito, pois. Sim. Que êxito? Renovar a artilharia, renovar o ataque, renovar a saraivada. A guerra não acaba: EU!
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