LiteraLivre Vl. 5 - nº 30 – Nov./Dez. de 2021
Ricardo Ryo Goto São Paulo/SP
Elementar, Meu Caro Watson “Senhor, dai ao culpado o arrependimento” – Prece de Cáritas “Quem estiver sem pecado, que atire a primeira pedra”-João, 8-7 Após cometer o primeiro homicídio da história humana, Deus perguntou a Caim: “Onde está teu irmão ?” ao que Caim retrucou :”Não sei. Acaso sou eu protetor do meu irmão ?” Então o Senhor exclamou: “Que fizeste ? Ouve ! Da terra o sangue do teu irmão clama a mim. Portanto, agora és mais amaldiçoado que a terra que abriu a boca para tragar, de tuas mãos, o sangue de teu irmão”. Eis aí um processo penal completo: uma vítima, um algoz, um juiz. Um motivo, um meio, uma ocasião para perpetrar o crime. Uma denúncia, uma acusação, um julgamento, uma condenação. Sem nenhuma chance de defesa, afinal o réu era confesso, a prova do crime era inconteste e não havia nenhum álibi. E acima de tudo o juiz era Deus, o Todo-Poderoso. De todos os crimes ocorridos na face da Terra, desde então, parece que os homicídios são os que mais engrossam a lista dos não resolvidos. Por que ? Em maio de 1976, em Goiânia, num processo judicial, o juiz acatou o depoimento de um morto e absolveu o acusado. O pretenso homicida, em casa
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da vítima, havia manipulado uma arma de fogo que disparou acidentalmente, matando seu amigo. Em 27 de maio daquele ano, o médium Chico Xavier recebera a mensagem da vítima inocentando seu amigo. O juiz acolheu a carta como prova pois o laudo grafotécnico atestou que a assinatura do falecido era igual à que tinha quando em vida. Da mesma forma que este falecido intercedeu para inocentar o amigo, por que as vítimas não nos enviam mensagens indicando os detalhes de seu assassinato, apontando o responsável ? Teríamos uma economia de recursos e de tempo, uma justiça mais ágil, abreviando o sofrimento dos que ficaram. Quando Santo Antônio estava em Pádua (Itália), interrompeu uma pregação para, sob efeito de bicorporeidade, se deslocar até Lisboa (Portugal) a fim de impedir a execução de seu pai acusado injustamente de um crime. -Meu pai não é assassino, não matou este que está sepultado.