* Os episódios do Evangelho pelos quais eu sinto mais atração não são aqueles em que Nosso Senhor aparece tratando com os homens, mas é quando Ele se isola para tratar com Deus351. Para mim, apesar de o Evangelho ser uma montanha de sublimidades, as partes mais sublimes são as orações que Ele, enquanto orante, dirige ao Padre Eterno. Quando Ele diz “Meu Pai”, Ele diz com um jeito, com uma força, que temos a impressão de que Ele estava – e estava mesmo – comunicando-se diretamente com o Padre Eterno, com toda a Santíssima Trindade, da qual Ele, enquanto Deus, é membro. E havia, portanto, nessas orações, uma sublimidade muito grande. Eram orações divinas as d’Ele352. Falando com o Padre Eterno, Ele comunica uma elevação que não tem limites; nós não podemos senão formar uma vaga ideia do que é a elevação dessa correlação d’Ele com o Padre Eterno, e naturalmente também com o Divino Espírito Santo353. O pórtico de entrada da vida espiritual de Dr. Plinio: a devoção ao Sagrado Coração de Jesus ensinada por Dona Lucilia A primeira imagem do Coração de Jesus que eu conheci é a que está no oratório do quarto de dormir de Dona Lucilia. É uma imagem francesa de boa qualidade, muito composta, muito fina, muito nobre, muito delicada, que representa Nosso Senhor Jesus Cristo apontando para o próprio Coração354. Observando-a, eu formava na minha cabeça de criança a ideia de que Nosso Senhor Jesus Cristo era exatamente assim, sem tirar nem pôr. Portanto, se eu quisesse fazer uma ideia d’Ele, deveria certificar-me de que Ele era exatamente como estava representado naquela imagem, e que a mentalidade d’Ele era precisamente a mentalidade que aquela imagem quis representar355. E dizia para mim mesmo:
351 Chá SRM 15/6/93 352 Chá PS 23/10/91 353 Chá PS 1/12/93 354 Chá SRM 6/1/94 355 Conversa 1/1/93 182
MEU ITINERÁRIO ESPIRITUAL