* Esse apetite de mediocridade se faz sentir no mundo inteiro. E é paradoxal que um homem de quem a Providência haveria de querer que tivesse que lutar várias vezes na sua infância contra a tentação de se mediocrizar, fosse o homem que abrisse a marcha para sair de dentro da mediocridade e ir para o píncaro dos píncaros oposto, que é o Reino de Maria. Quem me conhece sem esta confidência, imagina que eu, quando dei meu primeiro gemido, quando chorei pela primeira vez, logo depois exclamei: “Sou marquês!” É a impressão que posso dar. Nunca terá a impressão de que lutei como uma fera para não sair do meu meio e me mediocrizar. Entretanto, quando conto isto, percebe-se como isto teria fundamento no meu modo de ser: a minha estabilidade, o meu sossego, o meu gosto pelas coisas que se movem pouco. Gosto enormemente do imobilismo. E é do fundo dessa catarata que parte um apelo para que formas de altura: diretamente para o Reino de Maria. É um paradoxo411. O combate para preservar uma criteriologia inocente e cheia de Fé Desde a infância, nas horas e horas de ida e vinda de bonde para meu colégio, notava que outras coisas rodavam pela minha cabeça. Aí percebi que pensava... E dizia de mim para comigo: “Como sou esquisito. Todo mundo pensa de um jeito diferente: pega uma premissa maior, uma premissa menor e tira um silogismo. Já fico com esses fragmentos de pensamento de cá e de lá. Seja como for, se sou esquisito, sou esquisito mesmo, mas o que está na minha natureza é fazer assim e para mim isto é reto. E vou continuar fazendo assim. Um dia encontrarei a razão disso”. Bem mais tarde, percebi que subconscientemente estava fazendo aos pedacinhos uma enorme síntese. E mais tarde percebi que estava fazendo exercício de entretenimento. Portanto, desde pequenino o meu entretenimento começou. Era a inocência, que é o patrimônio de todos nós quando Deus nos cria e a Igreja nos batiza412.
411 CSN 6/8/83 412 RN 31/1/75 218
MEU ITINERÁRIO ESPIRITUAL