NILZA BARUDE
(1946)
Poeta paulista, fez parte da Catequese Poética e atuou como jornalista em São Paulo e na Bahia. Dirigiu, criou e apresentou programas na TV. Recebeu título de Cidadã da Cidade de Salvador e publicou Amor/Ação(1995), Contos &Cartas Memórias de um Coração e Reticências (2011). É também artista plástica e vive em Salvador.
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Calcei os chinelos velhos de deus E caminhei pelas águas Pela mão de todos os meus irmãos, E dançamos a ciranda das ondas junto com todos os peixes Depois, Exaustos E em paz, Deitamos no leito marinho Entre algas. Adormecemos para acordar Ao lado dos velhos chinelos.
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Eu tenho todas as raças liquidadas em meu sangue, Eu tenho todos os povos tombados em meus braços, Eu tenho o estigma desse tempo, E tenho o sangue e a terra misturando-se e restaurando-se In memorian. Eu tenho as trincheiras nas costas e asas nos pés, Que me levam a todos os continentes. Eu tenho em cada olho uma bomba detonada, E na boca uma granada por explodir. Eu sou o produto desse tempo discutido em dialética. Eu sou a hipótese e a síntese matemática dos acontecimentos. Eu sou a criança metralhada, Eu sou a angústia da humanidade toda, Que se desfaz, Aprendendo a morte, Dia a dia.
AS MULHERES POETAS NA LITERATURA BRASILEIRA
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