ALINE DE MELLO BRANDÃO (1947)
Poeta paraense, é médica neurologista e professora universitária. Já teve alguns de seus poemas musicados e tem colaborado com jornais e revistas do Pará e de outros Estados. Publicou os livros de poemas: Cantiga Geral de Amor (1984 - com o nome de Aline Carreira); Viola d’Água (1986); As Mãos do Tempo (1989).
ABSTINÊNCIA Abstenho-me do pão e sem luxo, sobrevivo. Não trago o peito cativo em luxúria sem paixão. Porém preservo o tesão de exercer com poesia a fina flor do meu dia sem pudor ou perfeição. Eu penso que meu pecado é não ter mais encontrado a quem dei meu coração tão antigo em novidades tão moço nas descobertas. O resto são veleidades, letra tonta em linhas certas! CAMINHO, SEMPRE CAMINHO Caminho, sempre caminho por velhas novas palavras por grandes pequenos feitos, retalhos do dia-a-dia Atalhos, sempre evitados como recuso calçados. Os pés – desnudos – no chão. Letras brotando na mão.
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AS MULHERES POETAS NA LITERATURA BRASILEIRA