JÚLIA DA COSTA
(1844/1911)
Poeta paranaense, usou o pseudônimo literário de Americana. Foi novelista e eximia pianista. Colaborou regularmente em jornais e revistas com poesia, divulgações líricas em prosa e novelas-em-folhetim. Publicações: Flores Dispersas (1867) Bouquet de Violetas(1868) e Flores Dispersas (publ. post.1913).
A NOITE Brilha o céu, mas em vão soluça e brada A terra ansiosa, com pueril receio! É densa a treva; nessa paz calada Funda tristeza nos oprime o seio! Tudo fenece, embaixo da orvalhada Repousa o campo de perfumes cheio! Negro é o mar, a floresta sossegada, Dormem as aves da espessura em meio! Embalde a noite traiçoeira e linda Enche de encanto os bosques e os atalhos, E, enquanto de fulgor o espaço alinda Seu manto enfeita de gentis orvalhos: Mentem os ermos na amplidão infinda! Mentem as flores a tremer nos galhos!
AS MULHERES POETAS NA LITERATURA BRASILEIRA
25